Pego entre homem e mulher
Categoria: Sexuality Data adicionada: 02:08 PM 25-Feb-2014 Adicionado por: ADMIN
Ns mamferos somos obcecados em classificar indivduos por sexo. Para os humanos, "Ela teve seu beb? timo. Menino ou menina?" Um babuno pergunta o mesmo, andando at um recm-nascido e erguendo as pernas para dar uma olhada. E o mesmo vale para ces, reunio e saudao cheirando o ntimo um do outro: que tipo voc ?
As pessoas normalmente pensam nos mamferos como tendo dois sabores sexuais bem definidos. Mas, como atestam os ambidestros, a natureza frequentemente abomina dicotomias.
Existem espcies de peixes nas quais os indivduos mudam de sexo oportunisticamente: se o nico macho de um grupo reprodutor morre, a fmea dominante se torna masculina. Em muitas espcies, o comportamento sexual "tpico" masculino e feminino opera em um continuum. Quanto aos humanos, cerca de 1% de ns nascemos "intersexuais", com genitlia ambgua. Pesquisas recentes sobre a neurobiologia de tais casos movem as coisas ainda mais longe da idia de um universo simples e dicotmico de rosa e azul.
Como na maioria dos mamferos, o crebro dos seres humanos "sexualmente dimrfico", o que significa que sua estrutura e funo diferem de acordo com o sexo. Para iniciantes, os crebros masculinos so geralmente maiores, refletindo as demandas de regular uma maior massa corporal. Existem inmeras diferenas mais sutis, nas quais algumas regies do crebro diferem por sexo quanto, por exemplo, ao nmero mdio e complexidade dos neurnios ou aos nveis de vrios mensageiros qumicos.
Essas diferenas provavelmente contribuem para diferenas de sexo na aprendizagem, emoo e socializao. (As diferenas so pequenas e variveis, no entanto. Saber informaes sobre uma dessas reas no crebro de um indivduo no permite uma previso precisa do sexo da pessoa.)
Nos anos 90, os cientistas comearam a comparar essas regies sexualmente dimrficas no crebro dos transexuais e no resto da humanidade. Os primeiros trabalhos nessa rea exigiram o exame de crebros post-mortem; estudos recentes usam imagens do crebro vivo.
Os resultados mostram que, quando os indivduos do Sex Adespite que possuem os cromossomos, gnadas e hormnios sexuais desse sexista insistem que realmente so o Sexo B, as partes afetadas pelo gnero do crebro geralmente se parecem mais com o que geralmente visto com o Sexo B.
Considere uma regio obscura do crebro chamada frceps menor (parte do corpo caloso, uma massa de fibras que conectam os dois hemisfrios do crebro). Em mdia, entre os no-transexuais, o frceps menor do sexo masculino contm fibras nervosas paralelas de maior densidade do que nas mulheres. Mas a densidade nos transexuais de mulher para homem equivalente de homens tpicos.
Como outro exemplo, o hipotlamo, uma parte do crebro produtora de hormnios, ativado em homens no-transexuais pelo aroma de estrognio, mas em mulheres e transexuais de homem para mulher pelo cheiro de andrgenos, hormnios associados ao homem.
Dois argumentos contra essas descobertas vm mente. Primeiro, a cirurgia de reatribuio de sexo envolve tratamento com hormnios inter-sexuais que alteram o crebro. Isso verdade, mas as diferenas no crebro dos transexuais existem antes do incio dos tratamentos hormonais. Em segundo lugar, talvez essas descobertas no sejam sobre o sexo com o qual se identifique, mas sobre o sexo pelo qual so atradas. Mas no, as descobertas so as mesmas em indivduos transexuais que so atrados pelo mesmo sexo ou pelo sexo oposto.
A edio de 2013 do extremamente influente "Manual Diagnstico e Estatstico de Transtornos Mentais" recategorizou os transexuais como sofrendo no de "transtorno de identidade de gnero" (como anteriormente), mas de "disforia de gnero". Em resumo, o transtorno mental no consiste em acreditar que voc de um gnero diferente, mas no sofrimento causado por essa crena.
Esses achados neurobiolgicos sugerem que a APA no foi suficientemente longe para mudar suas categorias. A questo no que, s vezes, as pessoas acreditam que so de um gnero diferente do que realmente so. Surpreendentemente, que s vezes as pessoas nascem com corpos cujo sexo diferente do que realmente so.
Source: http://online.wsj.com/news/articles/SB10001424052702304854804579234030532617704/
